sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Daniel Cara debate o aumento dos 200 dias letivos



Daniel Cara é o coordenador geral da Campanha pelo Direito à Educação 

 
Campanheiros e Campanheiras,
 
Confesso ser um cientista social estranho: gosto de exatas e fico excitado com a economia. Estou entre aqueles que reconhecem a matemática como a rainha das ciências, por ser plenamente abstrata. E gosto da economia porque ela é a melhor síntese do mito, como fenômeno sociológico. Ela parte do pressuposto imaginário de que todos nós agimos de modo racional e, partindo dessa mentirinha, convence todos nós, coordenando boa parte de nossa vida social...
 
Assim, por incrível que pareça, fico muito animado com um bom texto econômico.
Aqui no Brasil o problema é que os economistas são especialistas em falar meias verdades e adoram usar essa artimanha para falar muita besteira em educação, levando a opinião pública a defender propostas equivocadas. Os piores são Gustavo Ioschpe e Ricardo Paes de Barros.
 
A última do chamado "PB", que parece ter convencido o Ministro Fernando Haddad, é que o Brasil deve ampliar os dias letivos para “aumentar a exposição dos alunos ao aprendizado”. Sinceramente, aumentar os dias letivos da nossa escola pública de hoje, com tantos problemas de subfinanciamento educacional, transporte escolar caótico, baixa remuneração docente, absenteísmo, etc... é demagógico.
 
E chegar a essa conclusão comparando o Brasil com o Chile ou outros países da OCDE é uma ofensa ao raciocínio lógico. Estejam certos: esses países pesquisados vão bem não só porque os alunos vão mais dias nas escolas, isso até ajuda, mas o determinante é o fato de que as escolas deles são melhores, possuem melhores insumos.
 
A matéria do G1 que segue abaixo está recheada de pérolas, mas a maior é uma proferida por Haddad. Segundo ele, todo estudo bom o MEC acaba por incorporar. Não entendo, assim, a recusa dele em homologar os pareceres do Conselho Nacional de Educação, que possuem amplo apoio de estados e municípios, além dos trabalhadores. O estudo do Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi) é só um deles... e prescinde do aumento de responsabilidade da União com os gastos em educação. É esse o verdadeiro motivo da recusa. Vejam: o CAQi 2010 é maior que o Fundeb 2012.
 
Sobre a proposta de aumentar os dias letivos, eu até defendia a idéia, desde que melhorássemos o financiamento educacional, a escola, a valorização dos profissionais da educação...
 
A educação no Brasil não pode construir uma agenda política baseada em atalhos. É preciso fazer o caminho mais longo. E o financiamento adequado é o primeiro passo... é só um passo, mas é o primeiro.
Abraços,
Daniel.

Segue a matéria:
21/09/2011 17h13 - Atualizado em 21/09/2011 17h24
 
MEC apresenta proposta para deixar aluno mais 20 dias por ano na escola
Proposta será debatida com estados e municípios e levada ao Congresso.
Segundo pesquisa, aumento do ano letivo melhora desempenho dos alunos.
Naiara Leão
Do G1, em Brasília
O ministro da Educação, Fernando Haddad, apresentou nesta quarta-feira (21) em Brasília o resultado de uma pesquisa que levou o MEC a avaliar o aumento de até quatro semanas no calendário letivo da educação básica do país no sistema público e privado. Atualmente, o Brasil tem 200 dias, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases (nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) no ano letivo e carga horária de 800 horas. O ministro propõe um amplo debate sobre a ampliação da carga horária escolar para 220 dias ao ano.
"Sempre que o MEC se vê diante de uma evidência forte que algo pode melhorar a partir da descoberta de um estudo temos que perseguir este objetivo", disse Haddad. O ministro vai discutir a proposta com secretários de educação estaduais e municipais. Ele espera concluir o debate este ano para que a proposta seja encaminhada ao Congresso Nacional em 2012 para votação. "Nenhum país com bom desempenho tem uma carga horária de 800 horas", disse o ministro. "O Chile tem carga de 1.200 horas por ano e o nosso desempenho hoje é equivalente ao que o Chile tinha no ano 2000."
A pesquisa coordenada por Ricardo Paes de Barros, subsecretário da Secretaria de Asssuntos Estratégicos da presidência, mostrou que dez dias a mais de aula aumentam em 44% o aprendizado dos alunos e em sete pontos a nota dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Essa melhoria pode ser atingida aumentando a exposição do aluno ao conhecimento.
Segundo o pesquisador, o aumento da exposição pode ser feito com ampliação da jornada diária e com a diminuição das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo. Mas a alternativa mais atraente, segundo Barros, é a que tem o menor custo. "Em termos de custo é melhor porque na outra alternativa (mais horas/aula por dia ou menos alunos por sala) você precisa aumentar o espaço na escola colocando restaurantes e espaços esportivos."
A outra variável que provoca melhora é a qualidade do professor. O estudo mostrou que um bom professor em sala de aula tem o impacto de 9,6 pontos no Saeb, 20 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 68% de melhoria do desempenho do aluno. "Tem um enorme impacto entre se consultar um bom ou um mau médico. Com o professor também é assim, mas a gente não valoriza a profissão e deixa o profissional mais experiente migrar para a rede privada", destacou o pesquisador. Ainda de acordo com ele, o impacto no Saeb com professor experiente seria de 3,3 pontos.
 


Edna Lopes
http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=24584

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Movimentos criam Rede Latino-americana de Organizações da Sociedade Civil pela Educação


13 países do continente pretendem trocar experiências para garantir a melhoria do aprendizado

 
Movimentos criam Rede Latino-americana de Organizações da Sociedade Civil pela Educação
 
Alexandre Ondir/TPE


Da Redação do Todos Pela Educação, em Brasília
Movimentos de 13 países da América Latina criaram, na manhã desta sexta-feira (16), a Rede Latino-americana de Organizações da Sociedade Civil pela Educação. O objetivo é promover a Educação inclusiva e de qualidade como prioridade das agendas públicas nacionais e da região; estabelecer estratégias e metas de colaboração de longo prazo; e promover o intercâmbio e a disseminação de experiências que contribuam para objetivos comuns.
Baixe aqui a declaração de constituição da rede
A rede foi lançada na sessão especial do Congresso Internacional: "Educação: uma Agenda Urgente", realizado em Brasília, de 13 a 16 de setembro. O dia de trabalho do Congresso foi organizado pelo Todos Pela Educação em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O evento contou com a participação de autoridades de diferentes países, entre elas, do ministro da Educação, Fernando Haddad.
"Temos a convicção de que o intercâmbio das experiências vai nos fazer bem. A América Latina tem uma dívida histórica com a Educação. Até o século XX, a Educação era um tema nacional; agora é regional. Podemos sair todos juntos da situação de inércia e avançarmos juntos em proveito do continente, pelo direito das crianças de se desenvolverem afetivamente. O ideal é que identifiquemos os problemas e que superemos, todos juntos, essa realidade", afirmou.
Para Marcelo Perez-Alfaro, especialista sênior em Educação do BID, "a prioridade educativa é uma questão que tem de ser encarada tanto pelo setor público quanto pela sociedade civil". Marcelo Cabrol, chefe da Unidade de Educação do BID, afirmou que a rede tem o papel de facilitar a colaboração. "Estamos prontos para trabalhar e para aprender."
Princípios da rede
Conheça aqui os princípios da rede, segundo o documento:
"Disposição para aprender: a riqueza das experiências latino-americanas é fonte de inspiração, conhecimento e otimismo. Por isso, partimos do princípio da necessidade de aprender com nossos próprios pares, a partir de seus êxitos e dificuldades, criando uma corrente Sul-Sul de intercâmbio de experiências.
Trabalho colaborativo: ainda não temos respostas para muitos de nossos problemas educacionais, mas estamos dispostos a trabalhar coletivamente na busca de melhores práticas e soluções mais adequadas..
Estado e Educação: acreditamos que cabe ao Estado assegurar a universalidade da oferta da Educação, como um direito humano e constitucional; cabe às autoridades legitimamente constituídas manter a sua direção sob a observação da sociedade civil, a quem representam e a quem devem prestar contas com total transparência.
Corresponsabilidade: acreditamos que, sendo a Educação de qualidade um elemento crucial de desenvolvimento social, humano e econômico de nossas sociedades, o alcance de seu exercício pleno deve ser assunto de todos, e implica no cumprimento das responsabilidades de cada um. Por isso, os cidadãos devem participar ativamente da avaliação, monitoramento e desenho das políticas educacionais, de maneira que sejam verdadeiras políticas de estado.
Participação: acreditamos que é possível alcançar impacto efetivo sobre políticas educacionais e ter uma relação construtiva entre o setor público e privado por meio do diálogo e de propostas de ações positivas e razoáveis que agreguem valor."
Integrantes
As organizações integrantes são as seguintes:
1. Argentina: Proyecto Educar 2050
2. Brasil: Todos Pela Educação
3. Chile: Educación 2020
4. Colômbia: Empresarios por la Educación
5. Equador: Grupo Faro
6. El Salvador: Fundación Empresarial para el Desarrollo Educativo - Fepade
7. Guatemala: Empresarios por la Educación
8. Honduras: Fundación para la Educación Ernesto Maduro Abreu - Ferema
9. México: Mexicanos Primero
10. Panamá: Unidos por la Educación
11. Juntos por la Educación: Paraguay
12. Peru: Empresarios por la Educación
13. República Dominicana: Acción por la Educación - Educa

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Hj é o Dia de comemoração da criação do Antigo Território do Amapá. #HOJEÉFERIADO!!

O nome AMAPÁ é de origem tupi e, segundo Antonio Lopes, vem de AMAPA (Chuva) + PABA (Lugar, estância). Significa "Lugar da Chuva". É denominação de uma planta (Parahancornia amapa), que dá um excelente leite, de uso medicinal entre os ribeirinhos. As primeiras informações sobre o vocábulo Amapá já constavam nas cartas geográficas do século XVII, mencionadas por cartógrafos jesuitas espanhóis como Claude Abbville.

Documento de criação do Território Federal do Amapá: Decreto-Lei nº 5.812, de 13 de setembro de 1943, assinado pelo presidente Getulio Vargas.
Documento de transformação do Amapá em Estado: Artigo 355 da Constituição Estadual do Amapá, promulgada em 5 de outubro de 1988.